Corpo de bebê desaparece de maternidade de Aracaju, em Sergipe.
Pai chegou a fotografar o filho morto antes de ir buscá-lo.
Fundação Hospitalar abriu investigação interna para saber o que houve.
O pintor Edvaldo da Graça está desconsolado com o sumiço do corpo do filho dele. O bebê de aproximadamente seis meses de gestação nasceu morto na tarde do dia 17 de outubro, mas na terça-feira (23) quando ele foi buscá-lo para fazer o sepultamento o corpo não estava mais na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes em Aracaju,Sergipe.
“Eu tirei fotos do meu filho já morto e revelei para guardar de lembrança e quando fui pegar ele para enterrar ele não estava mais no necrotério do hospital. O funcionário procurou e até quis me convencer que um dos bebês de lá era meu, mas tenho certeza que não era”, afirma Edvaldo.
Essa foi a segunda gestação de Maria Rejane Alves de Oliveira, 24, que se sentiu mal na manhã do dia do parto e foi levada para o hospital de Japaratuba, município onde mora. De lá ela foi encaminhada para a unidade hospitalar de Capela e posteriormente para a maternidade da capital onde ficou internada até a manhã de sábado (20).
Segundo o pai da criança, ninguém deu uma resposta sobre o desaparecimento. “O pessoal da maternidade pegou meu telefone, mas ninguém ligou nem me deu informações sobre onde meu menino foi parar. Pode ser que ele tenha sido trocado e se for isso mesmo ele já deve ter sido enterrado, nem isso vamos poder fazer”, lamenta.
Apuração do caso
A assessoria de comunicação da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) informou que abriu um processo administrativo para apurar do caso. “De imediato, solicitamos toda a documentação de entrada e saída de corpos desde a data do óbito do bebê para apurarmos caso a caso para identificar o mais rápido possível o que aconteceu, se houve erro do servidor do necrotério ou de outra família que teria reconhecido o feto errado. Tudo precisa ser considerado em uma avaliação como esta”, afirma o procurador da FHS, Carlos Diego de Freitas.
Existe um protocolo para a retirada de um feto do necrotério, mas ele é falho, pois os pais não são obrigados a ver o corpo da criança. Assim que o bebê morre, os pais recebem a Declaração de Óbito para providenciar a Certidão no cartório da própria maternidade.
"Com esse documento, a família é encaminhada ao necrotério onde os dados devem ser checados, como o nome da mãe, o peso do feto e a data de óbito que constam que acondiciona o cadáver. Essas informações devem ser conferidas no livro de registro do necrotério. O pai ou responsável pela retirada do feto assina no livro, atestando que recebeu cadáver", explica Fátima Andrade, técnica da maternidade.
Edvaldo disse que vai voltar a Aracaju nesta quinta-feira (25) para tentar se reunir com representantes da Fundação Hospitalar e da Maternidade.
Fonte: G1 Sergipe